tão só, eu nunca fiquei com você
bêbado em meus olhos lacrimejados,
não enxergava nem mais um palmo,
caido no meu próprio sofá
o quão triste posso ficar
nem mais eu sei
por que você é dona da madrugada
faz tudo acabar do nada
clareia o céu, assopra o vento
no cabelo traz as estrelas
são as últimas coisas que eu vejo
tudo se desfaz em milhões de formigas
no dia, no sol, girando os dedos
na luz vejo o pó gravitando no ar
se ligando em diferentes pontos
e não mais me espantam as estrelas
que acabam incendiando meu rosto
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
utopia
eu preciso voltar a escrever, estou desesperado.
Levantou-se e apenas levantou-se. As mãos na coberta. Olhou em volta, nada. Já andando pela sala, não sentia mais vontade em viver. Seria mentira se dissesse que em algum dia acreditou em um futuro grandioso. Não, não seria. Em algum dia ele acreditou que faria algo importante, que em algum momento no futuro chegaria no seu auge, no apogeu da vida, onde depois disso viria aos poucos o declínio. Mas, não acreditava mais nisso, estava já em seu declínio. A começar por não ter mais vontade pela vida, não ter mais vontade.
Sua perna paralisou, um dia desses, caiu de joelhos. Estava em sua casa, ninguém havia visto, mas se sentiu totalmente humilhado, o que antes vinha dos outros, a humilhação, veio de sua própria perna que o deixou cair, início da sua queda. Não conseguiu se levantar imediatamente, não sabia o que estava acontecendo. Até que com muito esforço ficou de pé, empalidecido, quase sem-força. Não podia mais acreditar em seu próprio corpo.
O passado o formou, ou o deformou, ou qualquer coisa que esteja ligado com seu desenvolvimento. As escolhas foram dele, escolhas em situações impostas pela vida. Não se mostrou um bom sobrevivente, talvez seria chamado de escória da humanidade. Ou talvez um pobre fracassado que não soube se impor. Então, ele não havia de reclamar. Apenas olhar aos poucos sua decadência.
^
lixo, preciso escrever, desesperado, não vejo um futuro, não sei se é isso que eu quero. como posso querer ser algo que eu não consigo mais fazer? um dia eu consegui escrever? vexame, pare de escrever em primeira pessoas, ninguém precisa saber que você é isso. não, não sou eu, é um personagem, meu heterônimo.
Levantou-se e apenas levantou-se. As mãos na coberta. Olhou em volta, nada. Já andando pela sala, não sentia mais vontade em viver. Seria mentira se dissesse que em algum dia acreditou em um futuro grandioso. Não, não seria. Em algum dia ele acreditou que faria algo importante, que em algum momento no futuro chegaria no seu auge, no apogeu da vida, onde depois disso viria aos poucos o declínio. Mas, não acreditava mais nisso, estava já em seu declínio. A começar por não ter mais vontade pela vida, não ter mais vontade.
Sua perna paralisou, um dia desses, caiu de joelhos. Estava em sua casa, ninguém havia visto, mas se sentiu totalmente humilhado, o que antes vinha dos outros, a humilhação, veio de sua própria perna que o deixou cair, início da sua queda. Não conseguiu se levantar imediatamente, não sabia o que estava acontecendo. Até que com muito esforço ficou de pé, empalidecido, quase sem-força. Não podia mais acreditar em seu próprio corpo.
O passado o formou, ou o deformou, ou qualquer coisa que esteja ligado com seu desenvolvimento. As escolhas foram dele, escolhas em situações impostas pela vida. Não se mostrou um bom sobrevivente, talvez seria chamado de escória da humanidade. Ou talvez um pobre fracassado que não soube se impor. Então, ele não havia de reclamar. Apenas olhar aos poucos sua decadência.
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lixo, preciso escrever, desesperado, não vejo um futuro, não sei se é isso que eu quero. como posso querer ser algo que eu não consigo mais fazer? um dia eu consegui escrever? vexame, pare de escrever em primeira pessoas, ninguém precisa saber que você é isso. não, não sou eu, é um personagem, meu heterônimo.
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