sábado, 20 de outubro de 2007

em meus olhos
eu tinha você lá
apenas em meus olhos

agora você há de estar
em minhas lembranças
onde meus dias podiam ser felizes

mais do que em meus olhos e memórias
eu queria ver o mesmo que você agora

terça-feira, 16 de outubro de 2007

lá vai mais um sem dó
matando um ou dois
coração impuro
se esquece
do que
fez

domingo, 14 de outubro de 2007

Em uma casa perto de você

Pouco tempo foi aquele tempo, 2 segundos, quem sabe? Disse tchau, saiu. Não fui atrás. Sem ânimo. Agora eu deixo tudo ir. Tudo? Como se eu tivesse muita coisa. Na verdade, eu não tenho nada. Mas quero pensar que tenho. Mas nada é meu. O que eu falo que é meu, não pode ser de ninguém. Nem meu. Mas agora isso não interessa mais. Estou sentado no sofá, me afundando em mágoas. Agora lá vem muito tempo, tanto tempo. Não dá pra contar nos dedos. Dias. Meses. Anos. Caramba, lá vem mais coisa. Outro sofá agora. Um novo sofá. Sento, a tristeza me afunda. Já ficou velho. Não precisa mais trocar de sofá. Deixa como está. Tem a minha cara. Mas quem vai ligar para isso? Ninguém. Não sou nada independente. Já tentei ser.

Andei pela calçada despreocupado. Fingia estar tranquilo, sem problemas. Sem destino. Não aconteceu nada de diferente. Então cheguei em casa. Meu destino. Ah sofá, quanto tempo! Sofá velho. Eu não estou tranquilo. Pareço não me preocupar, mas eu estou preocupado. Eu tenho problemas. Mas, quem não tem?

Agora o sofá andou, saiu pelas calçadas. Atravessou a rua. Foi atropelado. Hospital. Foi consertado. Encontrou amigos, estava feliz. Não voltou mais. Agora eu sento no chão. Encosto em uma parede, enquanto olho para outra na minha frente. Parede, por favor, não me deixe cair totalmente!

sábado, 6 de outubro de 2007

nota mental:
exposição cerebral

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

estou caindo

não há mais um dia
que eu esteja bem
eu caio facilmente
eu não quero
mas eu vou
passo do chão
até que eu
me deixo cair totalmente
agora não sei como sair
parar com isso
e de alguma forma
viver

eu estou caindo
não passo de um verme
jogado pela janela da cozinha
onde vive sua liberdade
apenas alguns segundos
e seus pensamentos de pouco valor
levados pela garoa de manhã