domingo, 14 de outubro de 2007

Em uma casa perto de você

Pouco tempo foi aquele tempo, 2 segundos, quem sabe? Disse tchau, saiu. Não fui atrás. Sem ânimo. Agora eu deixo tudo ir. Tudo? Como se eu tivesse muita coisa. Na verdade, eu não tenho nada. Mas quero pensar que tenho. Mas nada é meu. O que eu falo que é meu, não pode ser de ninguém. Nem meu. Mas agora isso não interessa mais. Estou sentado no sofá, me afundando em mágoas. Agora lá vem muito tempo, tanto tempo. Não dá pra contar nos dedos. Dias. Meses. Anos. Caramba, lá vem mais coisa. Outro sofá agora. Um novo sofá. Sento, a tristeza me afunda. Já ficou velho. Não precisa mais trocar de sofá. Deixa como está. Tem a minha cara. Mas quem vai ligar para isso? Ninguém. Não sou nada independente. Já tentei ser.

Andei pela calçada despreocupado. Fingia estar tranquilo, sem problemas. Sem destino. Não aconteceu nada de diferente. Então cheguei em casa. Meu destino. Ah sofá, quanto tempo! Sofá velho. Eu não estou tranquilo. Pareço não me preocupar, mas eu estou preocupado. Eu tenho problemas. Mas, quem não tem?

Agora o sofá andou, saiu pelas calçadas. Atravessou a rua. Foi atropelado. Hospital. Foi consertado. Encontrou amigos, estava feliz. Não voltou mais. Agora eu sento no chão. Encosto em uma parede, enquanto olho para outra na minha frente. Parede, por favor, não me deixe cair totalmente!

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