terça-feira, 29 de abril de 2008
Vento
Caminhei até o banco mais alto, não era meu lugar preferido, sempre gostei de me esconder atrás desses bancos mais altos. Mas, foi o primeiro que vi e que estava vazio; sentei. O vento batia em meu rosto e eu fechava meu olho direito dependendo da intensidade que ele vinha. E meus cílios foram levados, um a um, pelo vento, como a flor dente-de-leão. Meus cílios-de-leão foram levados pelo vento da tarde-móvel. Eles se perderam por ruas, não acharam em que coração cair. E meu olho se desmanchou em gotas que no asfalto foram sangue, minha visão não era mais a mesma. Em meu cérebro sopraram remorsos. O vento ainda batia em meu rosto e eu deixei levar parte de mim. Fui desaparecendo, quando o som seco do freio me fez levantar e deixar um pedaço da minha vida na fresta daquele banco.
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