terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Algum começo que se encontra no desenvolvimento reminiscente do fim

De alguma forma parece que tudo se ordena depois do caos. E estabiliza e não sei. Mas faz bem, quando explode a bomba e queima tudo, arde todo o corpo e as costelas. E depois continua queimando até se acalmar e sumir toda dor. E toda aquela leveza e ausência de massa, de matéria, de corpo vem e fica.

Nada mais asfixia, é uma beleza como se sente depois do caos. A tristeza é normal, mas é tão leve, ínfima, quase-inexistente, microscópica, quarkiniana e a vida passa, tudo se vai, e esvai e some. Então os olhos fecham e formam dois arcos e um sorriso na boca outro arco, os dentes pouco aparecem, mas essa sensação é tão boa. Uma emoção única de que tudo ficou e se queimou, se foi e esterilizou em chamas.

Então bebe a água fervendo que desce e queima tudo dentro.

Eu sonho muito e vejo tudo escrito a tinta no papel amontoado em uma sala e cuspo o fogo. Chamusca os papéis e queima, sobra cinzas e pequenas partes irreconhecíveis. Sobra a leveza, uma vida existência reconhecidamente leve. Como é bom, tudo isso, a falta de tudo.

2:03

De repente uma sensação de fraqueza. Tudo estala nos olhos e insistem em abrir e fechar. Como se segurassem uma dor, ou talvez um líquido que cai e se espalha e tem que sair e pisca-pisca, os olhos ficam vermelhos. Então a visão não é a mesma e tudo fica opaco ou desce uma neblina que insiste em aumentar e tudo fica claro, muito ruim, que faz quase não poder enxergar. No corpo a sensação é arrepiar e aquela grande tristeza faz tremer um pouco. Vê as horas: 2 horas e 3 minutos. E pensa o que eu to fazendo nesse quarto escuro, por que não vou pro mato naquele verde ou no céu azul? Seria bom tudo a sensação, seria um prazer e tanto deitar na grama e olhar o azul com nuvens, não muito sol, tem que ser um tempo agradável. E alguma garota, aquela com sorriso bonito e olhos que cintilam como estrelas bem acesas e ainda muito vivas que vão só morrer daqui há milhões de anos e piscam-piscam e sorri, acha graça do que acontece: re re re re. E o movimento dela é bonito, o jeito dos braços e o de me mostrar as coisas, a flor bonita, aqui você tem todas flores que quiser: vamos andar. E o jeito dela andar e me olhar enquanto falo algo e depois ela fala e a voz entra nos meus ouvidos, uma sensação muito boa perpassa por todo eu e tremo. Olho os pássaros que voam e tremo. Vejo as flores nas árvores e tremo. Vejo a imensidão de tudo e tremo. Ela se afasta de mim e vai andando e entra no meio da imensidão, das árvores e se vai com os passarinhos, então vejo os olhos brilhando e ouço o sorriso e tudo mais fica longe ou tão escuro que me perco. Ando na escuridão e vejo nada, tô perdido, tô perdido. Tateio a minha frente e caminho, que desespero. Do escuro vai ficando claro, a neblina vai aparecendo e os meus olhos se contraem vermelhos e seguro todo aquele chororô e a água que sai e desce pela face não acontece. Volto ao escuro e tudo passa, sorrio não sei porquê. Toda sensação foi tão boa, pode ser triste por não ser real, mas pareceu tudo real e feliz e tão bom e me faz sorrir agora. Depois isso tudo me inspira e faz de um jeito bem e me faz arrepiar os pelos.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

filhos do futuro, dejetos do passado

só pra deixar marcado

domingo, 8 de fevereiro de 2009

meus olhos já não são mais como antes
queimam com as cinzas que caem dos céus
ferrugem que forra e o vento que leva
uma vida desaparecendo aos poucos
das lágrimas dos meus olhos vermelhos
da minha vida azul

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

fuck depression

pain isn't real