terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Algum começo que se encontra no desenvolvimento reminiscente do fim

De alguma forma parece que tudo se ordena depois do caos. E estabiliza e não sei. Mas faz bem, quando explode a bomba e queima tudo, arde todo o corpo e as costelas. E depois continua queimando até se acalmar e sumir toda dor. E toda aquela leveza e ausência de massa, de matéria, de corpo vem e fica.

Nada mais asfixia, é uma beleza como se sente depois do caos. A tristeza é normal, mas é tão leve, ínfima, quase-inexistente, microscópica, quarkiniana e a vida passa, tudo se vai, e esvai e some. Então os olhos fecham e formam dois arcos e um sorriso na boca outro arco, os dentes pouco aparecem, mas essa sensação é tão boa. Uma emoção única de que tudo ficou e se queimou, se foi e esterilizou em chamas.

Então bebe a água fervendo que desce e queima tudo dentro.

Eu sonho muito e vejo tudo escrito a tinta no papel amontoado em uma sala e cuspo o fogo. Chamusca os papéis e queima, sobra cinzas e pequenas partes irreconhecíveis. Sobra a leveza, uma vida existência reconhecidamente leve. Como é bom, tudo isso, a falta de tudo.

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