Da distância vejo o início, irrealizável início. Será se me tranco ou me elevo? Em total desarmonia com meu eu, vejo o início, inalcançável início. Pago o preço de um isolamento prévio? Quero buscar, ir atrás, me envolver nos braços do começo. Do verme que fui ao esconder na terra, agora posso comer o alface que saíste desta e respirar o ar, mesmo que impuro, da resolução.
Na terra me escondi por ter medo da seqüência de fatos que poderiam se suceder. Da terra me alimentei e me prejudiquei, me intoxiquei e eliminei uma parte de mim. Da mudança quero tomar, na discórdia que enaltece todos os caminhos possíveis de acontecer, tomo uma direção e escolho um caminho e tento seguir.
Agora tenho o ar e não a compressão fóbica da terra. Agora que me sobram escolhas, sem angústias, com precedência vejo ao longe através do invisível e da fácil compreensão do ar, que antes a liberdade terrena me soterrava com seus grãos, onde me esmagavam e não me deixavam enxergar, o caminho. Existo e me direciono para agora o compreensível.
Tão leve fica através da existência agora vivida, mudar sua essência e encontrar algo para qual se direcionar e não se calar.
segunda-feira, 20 de abril de 2009
domingo, 19 de abril de 2009
Plágio da pura incapacidade
E naquele dia imaginei minha face esfolar na parede descontrolada por onde o trem passava e pelo qual estava protegido pelo vidro e alguns centímetros de distância. A velocidade e o som me impeliam a aproximar e sentir a face desgrudar, a pele se desfazer, o sangue espirrar e a dor sumir. A falsa proteção dos trilhos e toda bobagem da não-aproximação até chegar ao fim do concreto erguido e um túnel gigantesco com trilho por todos lados me trazer o vazio.
Estou de pé e o som assustador se aproxima, abafa tudo ao redor. Enquanto o som aumenta denunciando sua aproximação me vejo pisando na faixa amarela, olho para frente. E quando o som desaparece, percebo o ataque sorrateiro. De repente, uma sucessão de metais e vidros passam pela minha visão. Abrem-se as portas, eu entro.
Olho pela janela o reflexo de todos a minha esquerda. Se olho para fora, vejo dentro. Se fecho os olhos o que está fora insiste em aparecer. Abrem-se as portas, eu saio.
Pego os trens na mão. Se eu descarrilho, o sangue espatifa. Se desmaterializo na outra estação, teletransporte. Tudo tende à destruição, se caracterizando pelo uso com objetivo para um fim ou para um meio.
E por fim, questiono assim, um clichê esperado: o objetivo que eu procuro justifica as dores que sinto e faço sentirem os outros no intermeio de toda essa ação? Eu mesmo responderei não, e digo mais, o meu sangue se misturaria com o dos outros e essa mancha seria permanente.
Estou de pé e o som assustador se aproxima, abafa tudo ao redor. Enquanto o som aumenta denunciando sua aproximação me vejo pisando na faixa amarela, olho para frente. E quando o som desaparece, percebo o ataque sorrateiro. De repente, uma sucessão de metais e vidros passam pela minha visão. Abrem-se as portas, eu entro.
Olho pela janela o reflexo de todos a minha esquerda. Se olho para fora, vejo dentro. Se fecho os olhos o que está fora insiste em aparecer. Abrem-se as portas, eu saio.
Pego os trens na mão. Se eu descarrilho, o sangue espatifa. Se desmaterializo na outra estação, teletransporte. Tudo tende à destruição, se caracterizando pelo uso com objetivo para um fim ou para um meio.
E por fim, questiono assim, um clichê esperado: o objetivo que eu procuro justifica as dores que sinto e faço sentirem os outros no intermeio de toda essa ação? Eu mesmo responderei não, e digo mais, o meu sangue se misturaria com o dos outros e essa mancha seria permanente.
sexta-feira, 10 de abril de 2009
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