Esse era um dia como todos os dias, até provarem o contrário. O mês era um dos doze. Fazia frio, o céu tava escuro e nublado. Ele olhava a luz da escrivaninha, era uma luz iluminada, não tanto porque historicamente tiveram luzes que iluminaram mais do que essa, mas essa tava em cima da sua escrivaninha e era a única que podia ver. Esperava ansioso uma resposta, tinha feito uma pergunta. A libélula apareceu na janela, ele correu até ela. Ela disse que tinha acontecido alguns problemas e acabou não conseguindo completar o que devia fazer. Ele, então, sentou na cadeira e revirou os dedos, que eram tortos. A libélula entrou e começou a se debater na luz, ele apagou-a. Pediu desculpas para ela. "A curiosidade matou o gato e não a libélula", disse a ele. Ele, intrigado, confirmou com a cabeça. Então, ficaram os dois no escuro.
Ele havia adormecido na cadeira, a libélula já tinha ido embora. Até agora não tinha a resposta. Agora via uma luz que iluminava mais do que a da sua escrivaninha, logo notou que era o sol. Foi até a porta, girou a maçaneta, fechada. Olhou em todos os cantos do pequeno quarto, desistiu e sentou na cadeira novamente. Enquanto olhava para a porta começaram a sair várias bolhas de sabão do buraco da fechadura. Aos poucos seus olhos se fecharam e adormeceu. Acordou assustado, já estava escuro. Acendeu a sua luz e esperou olhando para a janela. As nuvens se escureciam junto com o céu. As árvores eram apenas sombras. Seus olhos se fixavam além, esperando aparecer algo incomum. Quando a libélula chegou carregando algo. Ela jogou em cima dele o que carregava em suas fracas patas, era um urso de pelúcia. Ele sorriu, mas não entendeu o que ela queria dizer. "Essa é a resposta", disse a ele. Ele apagou a luz: "Eu preciso saber mais". "Tenho medo de não obter mais do que isso". Ele abaixou a cabeça e olhou para o urso. "Mas, vou tentar". Ele sorriu e segurou firme o brinquedo. As nuvens já se tornavam o chão para as árvores e a lua engolia tudo a sua volta.
Acordou, estava deitado no chão. Foi até a porta, girou a maçaneta, a porta não abriu. O sol não estava iluminando muito. Sentou na cadeira e ficou olhando para o urso. Acendeu a luz para enxergar melhor. O urso parecia ter sido mal-tratado, mas mostrava que alguém andou cuidando dele, pois estava cheio de remendos. Olhou para um canto de seu quarto e viu uma grande fileira de formigas que logo sumiam em uma fenda. Colocou o urso do lado da luminária, olhou para a janela e as nuvens se moviam devagar. A luz começou a piscar até não acender mais; o céu já escurecia. A libélula não voltou mais.
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