quarta-feira, 28 de maio de 2008
eram todas formigas
Toda vez que eu passava por aquela rua, eu pensava no porquê de eu passar por aquela rua. Era como se eu não soubesse o que fazia, eram eternas perguntas sem respostas. Por que não virava naquela outra rua? Era como se eu tivesse preso àquilo, à todas as circunstâncias. Fios me puxavam e empurravam, me ditavam o que fazer. Tudo era encenado a minha volta, tudo acontecia tão igual. Em casa via formigas, elas não me viam. Se espalhavam por todas as paredes e logo se escondiam atrás de algum armário. Eu ficava em silêncio sentado no sofá, imaginava as formigas no metro, elas desciam as escadas e logo se escondiam atrás de um vagão. A sala podia ser branca e as formigas negras logo se destacariam. Toda vez que eu passava por aquela rua, eu me perguntava porque todos passavam por ela. Os seus rostos encaravam o horizonte e nada falavam sobre aquela rua. Por que aquela rua? Por que esse era o caminho? Quem disse a todos vocês que era esse o caminho? Queria seguir e pensar por mim mesmo, mas logo estarei caminhando por aquela rua. Não sei se me arrependerei, pois fiz planos para desvendar todas outras ruas, que eram estranhas, mas eram caminhos que eu podia seguir. Mas sei que tudo isso é difícil, pois aquela rua me prende à ela. Eram todas formigas! Eram todas formigas!
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