domingo, 23 de dezembro de 2007
sábado, 22 de dezembro de 2007
Palavras sobre morrer ou viver
Por que tem que tudo ser assim? Eu preferia estar sozinho. Morrer. Sozinho. Levar minha alma com meu corpo. Meu corpo com minha alma. Com alma ao corpo. Sair dele. Não existir palavras, nem frases. As que machucam, as inventadas, as que aumentam. Acrescentando palavras em frases. Tornando elas trágicas. Exagerando. Morrer ou viver. Não pergunto, apenas afirmo. Mal sabem todos o que penso. Eu não quero briga, eu não quero briga. Só quero ficar aqui com minha alma. Pode ser nesse canto. Não quero levar ela. Não me faça levar ela. Minha cabeça dói com tanta informação. Preciso respirar, pensar, arejar, descansar. Não mais cansar. Pára de falar, é muita informação. Devagar. Minha alma vai devagar indo. Gostaria de ter alguém que quisesse me ver sorrir. Que quisesse me ver até chorar. Eu daria minha atenção para essa pessoa. Minha alma a envolveria. Duas almas juntas, descansando. Sem frases exacerbadas. Frases com nenhuma palavra a mais e nenhuma a menos. E nossas almas sorririam. Sentimentariam. Seriam algo a mais. Completo, eu estaria, você estaria. Ainda quero ter esperança. Esperar a esperança. Ou com a alma voar pelos céus, passar por nuvens, pensar em você, ter alguém pra me ver sorrir. Eu sei que você está aí, em algum lugar. Espero te conhecer. Escolho viver.
sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
Não tenho auto-estima pra escrever algo e mostrar pra alguém. Não tenho auto-estima pra gostar do que eu faço, nem pra fazer algo novo. Não tenho saída na minha cabeça. Não começo nada e nem termino. Não tenho auto-estima pra falar que eu gosto de alguém. Não tenho muitas palavras pra dizer. Nem pra escrever. Não tenho sentido. Não tenho vida pra ter morte.
sábado, 20 de outubro de 2007
terça-feira, 16 de outubro de 2007
domingo, 14 de outubro de 2007
Em uma casa perto de você
Pouco tempo foi aquele tempo, 2 segundos, quem sabe? Disse tchau, saiu. Não fui atrás. Sem ânimo. Agora eu deixo tudo ir. Tudo? Como se eu tivesse muita coisa. Na verdade, eu não tenho nada. Mas quero pensar que tenho. Mas nada é meu. O que eu falo que é meu, não pode ser de ninguém. Nem meu. Mas agora isso não interessa mais. Estou sentado no sofá, me afundando em mágoas. Agora lá vem muito tempo, tanto tempo. Não dá pra contar nos dedos. Dias. Meses. Anos. Caramba, lá vem mais coisa. Outro sofá agora. Um novo sofá. Sento, a tristeza me afunda. Já ficou velho. Não precisa mais trocar de sofá. Deixa como está. Tem a minha cara. Mas quem vai ligar para isso? Ninguém. Não sou nada independente. Já tentei ser.
Andei pela calçada despreocupado. Fingia estar tranquilo, sem problemas. Sem destino. Não aconteceu nada de diferente. Então cheguei em casa. Meu destino. Ah sofá, quanto tempo! Sofá velho. Eu não estou tranquilo. Pareço não me preocupar, mas eu estou preocupado. Eu tenho problemas. Mas, quem não tem?
Agora o sofá andou, saiu pelas calçadas. Atravessou a rua. Foi atropelado. Hospital. Foi consertado. Encontrou amigos, estava feliz. Não voltou mais. Agora eu sento no chão. Encosto em uma parede, enquanto olho para outra na minha frente. Parede, por favor, não me deixe cair totalmente!
Andei pela calçada despreocupado. Fingia estar tranquilo, sem problemas. Sem destino. Não aconteceu nada de diferente. Então cheguei em casa. Meu destino. Ah sofá, quanto tempo! Sofá velho. Eu não estou tranquilo. Pareço não me preocupar, mas eu estou preocupado. Eu tenho problemas. Mas, quem não tem?
Agora o sofá andou, saiu pelas calçadas. Atravessou a rua. Foi atropelado. Hospital. Foi consertado. Encontrou amigos, estava feliz. Não voltou mais. Agora eu sento no chão. Encosto em uma parede, enquanto olho para outra na minha frente. Parede, por favor, não me deixe cair totalmente!
sábado, 6 de outubro de 2007
quinta-feira, 4 de outubro de 2007
estou caindo
não há mais um dia
que eu esteja bem
eu caio facilmente
eu não quero
mas eu vou
passo do chão
até que eu
me deixo cair totalmente
agora não sei como sair
parar com isso
e de alguma forma
viver
eu estou caindo
não passo de um verme
jogado pela janela da cozinha
onde vive sua liberdade
apenas alguns segundos
e seus pensamentos de pouco valor
levados pela garoa de manhã
que eu esteja bem
eu caio facilmente
eu não quero
mas eu vou
passo do chão
até que eu
me deixo cair totalmente
agora não sei como sair
parar com isso
e de alguma forma
viver
eu estou caindo
não passo de um verme
jogado pela janela da cozinha
onde vive sua liberdade
apenas alguns segundos
e seus pensamentos de pouco valor
levados pela garoa de manhã
sexta-feira, 21 de setembro de 2007
Eu não sou nada. Não faço nada e se eu fizesse eu não ia gostar. Sem graça. Por isso que eu sou assim. Sou sem graça. Não precisa falar comigo. Já acostumei (nesse momento esboça-se um sorriso irônico no rosto de quem escreve para descontrair), eu não vou acrescentar nada em sua vida. Minha experiência aqui é nula. Então não finja sorrisos quando me vê, não finja que eu existo. Porque eu não existo, não estou aqui. Não finja rir das minha piadas, porque eu sei que elas não têm graça. Ninguém ri delas. Só você finge. Por que só naquele momento você faz isso? Você não me procura, nem finge me procurar. Eu não entendo. Não vou terminar o texto com uma moral surpreendedora, ou de alguma forma que demonstre um entendimento sobre isso. Nem um final feliz. O problema deve ser eu, me calei para o mundo. Sabe teoria do caos? Eu nasci, quais seriam meus pensamentos depois de anos? Algumas coisas me distorceram, e se eu fizesse tudo diferente? Então, até os menores acontecimentos me mudaram. Até mesmo um tropeção na rua. Eu cai e cai, e agora eu sou o que sou hoje. Leia a primeira frase do texto.
segunda-feira, 17 de setembro de 2007
Esses dias eu não estou lendo muito não. To cheio de livros aqui, mas não tenho a mínima vontade de ler. Ando fazendo bastante palavras cruzadas. É legal. Palavras novas aparecem enquanto eu me divirto. Não que fazer palavras cruzadas seja muito divertido. Mas ou eu durmo, ou fico no computador procurando algo pra fazer. Ou eu faço palavras cruzadas. Na verdade eu tinha que estudar física a essa hora. Mas não estou estudando. Toda aquele negócio de sombra, penumbra. Eu não via esse negócio de sombra desse modo. Para mim, sombra era onde eu estava durante esses 17 anos. E ainda é, mas não tão intensamente como antes. Eu me sinto melhor nesse exato momento. Quero pensar que tudo vai melhorar como na prova de matemática que fiz hoje. Fiquei lá, sentado, tentando achar que eu sabia alguma coisa daquela matéria. Mas eu não sabia nada. Não vou fazer um final para esse texto. Se alguém ler, vai chegar aqui e vai achar estranho. Mas vai ser assim, ou não. E se eu escrever uma palavra no fim? Talvez duas.
sábado, 8 de setembro de 2007
+1
mais um dia lindo
todos felizes
sol na cara da menina
céu azul
fecho a janela
grandiloquente
fecho a vida
todos felizes
sol na cara da menina
céu azul
fecho a janela
grandiloquente
fecho a vida
memórias que nem ele escreveu
Garoto sonhador. Ele entrava no ônibus, sentava em um banco sozinho e ocupava o menor espaço. Olhava pela janela e se perdia em tantas coisas, de repente seus olhos já estavam esquecidos e alguma pessoa sentava ao seu lado com as pernas arreganhadas, sem se preocupar, empurrando seu corpo contra o chiclete mascado por um doente que deixou seu rastro no vão do banco. Sua face quase tocava o vidro sujo, cheio de baforadas. Estava cheirando álcool. Ele estava no espaço. Não demorava muito para chegar em casa, como programado ele deixava seu mundo e olhando pra cima, via o farol vermelho quase estalando para virar verde. Ele sempre se levantava nesse segundo, para não se atrapalhar. Tropeçou em alguma pessoas. Seu intento de alcançar o fim do ônibus e chamar a atenção do motorista foi alcançado. Não com muita demora, ele descia. Pulava o ultimo degrau e já saia andando. Andava desolado pela rua, as vezes se equilibrava na guia.
Tentava atravessar a rua, mas os carros não o deixavam. Achou uma brecha e atravessou. As pessoas achavam normal os carros passarem no vermelho, ele não. Estava irritado. Cruzou por muitas pessoas que ele nem queria mais ver. Abriu a porta da sua casa que produziu um som penetrante, estranhamente isso lembrou dos 3 dias de feriado que se seguiriam. Coisa velha, esquecida. Sentou no sofá, deitou e se esqueceu. Sua mãe o chamava, mas não havia nenhum sinal dele nesse mundo. Acordou no dia seguinte, nem parecia que havia adormecido. Eram oito horas da manhã, sonhos se arrastaram durante essas 9 horas de sono, nenhum mais estava em sua mente, tinha se mexido quando acordou. Nem se importava. Três dias em casa, acordava e dormia com o mesmo pijama, todo dia. Sua mãe o perguntava se tinha tomado banho durante esses dias. Não. Ele não havia tomado banho. Ele tentava forçar desculpas dizendo que era pra não gastar água e o dinheiro, que era pouco, de seus pais. Ia começar a rotina novamente, tomou banho e fez a barba que cobria todo seu rosto esquecido.
Madrugada ainda. Escuridão da alvorada. Helicópteros jogavam flashes sobre aquele ônibus. De cabeça para baixo. Há muito tempo devia estar ali. Nada dentro do ônibus sobreviveu. O garoto estava de cara nova, mas a única coisa que o restou foi um caixão pequeno em um cemitério pequeno. Mas ele queria mesmo ter doado seus órgãos e queimado o resto. Ninguém sabia.
Tentava atravessar a rua, mas os carros não o deixavam. Achou uma brecha e atravessou. As pessoas achavam normal os carros passarem no vermelho, ele não. Estava irritado. Cruzou por muitas pessoas que ele nem queria mais ver. Abriu a porta da sua casa que produziu um som penetrante, estranhamente isso lembrou dos 3 dias de feriado que se seguiriam. Coisa velha, esquecida. Sentou no sofá, deitou e se esqueceu. Sua mãe o chamava, mas não havia nenhum sinal dele nesse mundo. Acordou no dia seguinte, nem parecia que havia adormecido. Eram oito horas da manhã, sonhos se arrastaram durante essas 9 horas de sono, nenhum mais estava em sua mente, tinha se mexido quando acordou. Nem se importava. Três dias em casa, acordava e dormia com o mesmo pijama, todo dia. Sua mãe o perguntava se tinha tomado banho durante esses dias. Não. Ele não havia tomado banho. Ele tentava forçar desculpas dizendo que era pra não gastar água e o dinheiro, que era pouco, de seus pais. Ia começar a rotina novamente, tomou banho e fez a barba que cobria todo seu rosto esquecido.
Madrugada ainda. Escuridão da alvorada. Helicópteros jogavam flashes sobre aquele ônibus. De cabeça para baixo. Há muito tempo devia estar ali. Nada dentro do ônibus sobreviveu. O garoto estava de cara nova, mas a única coisa que o restou foi um caixão pequeno em um cemitério pequeno. Mas ele queria mesmo ter doado seus órgãos e queimado o resto. Ninguém sabia.
ela iluminou as estrelas empoeiradas
Passamos o tempo juntos, tentando esquecer nossas angústias, inventando nossas histórias e olhando para a felicidade que dançava em nossa frente.
Nós chegamos em um lugar desconhecido. Lá havia uma grande árvore coberta por tons cinzas do pó que a cobria. Nenhum vento ousava passar por lá. Então subimos nela e em um galho sentamos, limpamos a poeira com nossos traseiros, eu e ela. Ficamos ali, não era necessário conversar, parecia que o dia fluía e, juntos, passamos a apreciar o tempo. Ela e seu olhar tão terno. O sol já se escondia e em tons tão lindos ficava o céu. Laranja, rosa, verde e roxo. Sol tão belo, nos observava. Por entre as montanhas ia sumindo. Enquanto o rio continuava a correr, agora marrom, do barro que se desprendia das montanhas enquanto o sol se aproximava. Já era tarde. Descemos. E corremos de volta para onde viemos, atravessando o verde escuro e ásperas folhas. Pulamos o rio. E nos separamos, cada um indo para o seu lar. Entrei em minha casa vermelho ferrugem com detalhes brancos desgastados. Logo deitei minha cabeça no travesseiro, procurei o lado mais gelado, fechei meus olhos enquanto a lua observava. Já estava acordado e o sol também. Para que ter sonhos enquanto dormia? Se eu e ela conseguíamos sonhar acordados. Corri pro lugar que antes era desconhecido. Subi a árvore, seguindo o par de pés que pisaram lá no dia anterior. Sentei e olhei para o lado, nada. Ela não estava lá. O lugar onde ela sentava estava empoeirado. Por alguns segundos fiquei desiludido, mas, de repente o vento que nunca passou por lá chegou e levou o pó, eu e meus sonhos para as estrelas que, empoeiradas, não brilharam mais. Mas ela estava lá, todo o brilho que eu precisava.
Nós chegamos em um lugar desconhecido. Lá havia uma grande árvore coberta por tons cinzas do pó que a cobria. Nenhum vento ousava passar por lá. Então subimos nela e em um galho sentamos, limpamos a poeira com nossos traseiros, eu e ela. Ficamos ali, não era necessário conversar, parecia que o dia fluía e, juntos, passamos a apreciar o tempo. Ela e seu olhar tão terno. O sol já se escondia e em tons tão lindos ficava o céu. Laranja, rosa, verde e roxo. Sol tão belo, nos observava. Por entre as montanhas ia sumindo. Enquanto o rio continuava a correr, agora marrom, do barro que se desprendia das montanhas enquanto o sol se aproximava. Já era tarde. Descemos. E corremos de volta para onde viemos, atravessando o verde escuro e ásperas folhas. Pulamos o rio. E nos separamos, cada um indo para o seu lar. Entrei em minha casa vermelho ferrugem com detalhes brancos desgastados. Logo deitei minha cabeça no travesseiro, procurei o lado mais gelado, fechei meus olhos enquanto a lua observava. Já estava acordado e o sol também. Para que ter sonhos enquanto dormia? Se eu e ela conseguíamos sonhar acordados. Corri pro lugar que antes era desconhecido. Subi a árvore, seguindo o par de pés que pisaram lá no dia anterior. Sentei e olhei para o lado, nada. Ela não estava lá. O lugar onde ela sentava estava empoeirado. Por alguns segundos fiquei desiludido, mas, de repente o vento que nunca passou por lá chegou e levou o pó, eu e meus sonhos para as estrelas que, empoeiradas, não brilharam mais. Mas ela estava lá, todo o brilho que eu precisava.
sábado, 1 de setembro de 2007
confusão em um céu de brigadeiro
Não sei porque eu fiz isso, talvez foi para me aproximar mais das pessoas. Quase todos que eu conheço e que considero amigos tem isso. Mas eu vou me distanciar, como sempre. Como sempre. Me vejo sentado em um banco, sozinho. Momento bizarro quando o banco se desmancha. O que eu sempre fiz na vida é ficar longe. Distante. Não exprimir o que eu penso. Pensamentos distantes. Estou sumindo. Eu em um fundo branco, nada em volta. Sensação estranha. Tento descrever agora o quanto foi ruim. Como se a imagem fizesse eco. Todo esse eco voltado para mim. Então minha visão não está mais onde devia estar, tão como meus pensamentos. Acordo no outro dia, me olho no espelho e não sou mais eu. Todo dia não sou eu. Dias que me fazem pensar. Você nasceu para voar, li por aí. Então vôo, não em meu corpo, pois ele está paralisado. Pedaço de carne. O que eu faço agora? Frustração de toda essa vida suja. Agora no escuro eu me aperto, curvado. Não sei o que passo ser para os outros. Sou mais um. Menos um agora. Sou negativo. Que tudo acabe com um choque. Terra sagrada, Terra morta. Todos se foram, e eu em fundo branco. Me traga cor, por favor. Turbilhão de pensamentos jogados compondo uma vida confusa. Mão na testa, olhos focados no chão.
Vida Perdida.
Vida Perdida.
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