domingo, 26 de julho de 2009
ASDSADDAS
Posso dizer que a chuva entrou doída em meus ouvidos, cansado como estava, a dor era inevitável. Encharquei totalmente. Aquele dia um milhão de flechas flamejantes atravessaram meu coração. Hoje, frio que me dói o corpo, estou nu na chuva. Pedaço podre de corpo sangrando pelos ouvidos. Ensurdeço. H. J. disse uma vez para eu não esperar em mesmo lugar, mas o que eu poderia fazer? Me disse também o que poderia acontecer a mim, eu fui avisado. F. P. já não me foi muito clara, só me disse boa noite. Então eu não sabia muito bem o que sentir, nem o que pensar. Eu não sabia nada, ainda não sei, não entendo nada de nenhuma teoria. Parece que a chuva parou. Ou está em outro lugar. Quando eu via aquela seringa furar sua pele eu me assustava, por que joga em minha cara onde eu sou fraco? Por que não aceita minha fraqueza? Vi muitos monstros durante o meu sono, acordava assustado durante algum sonho, ofegante suava e tentava fazer algo. Nunca vou me esquecer. Tudo parece como essa chuva que vem do nada e some, some, some. Mas deixa meu ouvido sangrar e dois dedos de uma bebida qualquer.
quarta-feira, 15 de julho de 2009
Um ponto qualquer ao céu
De manhã
eu me apago junto às estrelas
De noite
eu me vou junto ao sol
Sou uma luz
a piscar em slowmo
sem poder parar
Mas tão distante sou
que adiante
me confundem
com um vagalume
a pairar do céu
para onde estou
eu me apago junto às estrelas
De noite
eu me vou junto ao sol
Sou uma luz
a piscar em slowmo
sem poder parar
Mas tão distante sou
que adiante
me confundem
com um vagalume
a pairar do céu
para onde estou
terça-feira, 30 de junho de 2009
#1
Não cativei ninguém, não sei se isso quer dizer que não sou um sequestrador ou qualquer coisa do tipo. Mas acho que estou em um cativeiro. E eu não gosto nem um pouco de quem me cativou: a Vida.
Ela é relutante e distraída, sempre me esquece. Mas me sinto na obrigação de estar aqui, parece que Ela se divide no que acontece, no que aconteceu e no que acontecerá. Ela me deixa tão curioso, porém tão frustrado ao mesmo tempo.
Ela um dia me apareceu vestida de negro, até hoje não sei se era realmente Ela. Fora em um dia de desespero, Ela era tão viva e intensa e parecia me querer tanto. Mas quando se aproximou senti um frio imenso.
Depois disso o único frio que sinto é aqui dentro, enquanto tá calor lá fora. A Vida mal me conhece e não parece querer conhecer. A Vida me cativou, mas ela não se tornou responsável por mim. A Vida não tem cor.
Ela é relutante e distraída, sempre me esquece. Mas me sinto na obrigação de estar aqui, parece que Ela se divide no que acontece, no que aconteceu e no que acontecerá. Ela me deixa tão curioso, porém tão frustrado ao mesmo tempo.
Ela um dia me apareceu vestida de negro, até hoje não sei se era realmente Ela. Fora em um dia de desespero, Ela era tão viva e intensa e parecia me querer tanto. Mas quando se aproximou senti um frio imenso.
Depois disso o único frio que sinto é aqui dentro, enquanto tá calor lá fora. A Vida mal me conhece e não parece querer conhecer. A Vida me cativou, mas ela não se tornou responsável por mim. A Vida não tem cor.
sábado, 27 de junho de 2009
Dorme cedo.
Acorda cedo.
Não chore.
Não se iluda.
Sua dor não vai ser escutada.
Não tome remédios.
Não se deprima.
Você é tudo
em sua vida.
Já é hora de ser alguém.
Já é hora de ser alguém.
Já é hora de ser alguém.
Já é tarde nesse céu,
nessa noite.
Já é noite nesse céu,
nessa dor.
Suavemente,
em equilíbrio divino
nasce um novo anjo,
em berço excêntrico
com suas asas a florir
uma nova manhã.
Aqui é a terra de ninguém,
de todos e mais alguém.
Já temos o oceano,
a vida, a agonia,
o infinito espaço...
e assim nasce um novo dia.
Fecha os olhos com a imensidão
para nunca mais os abrir.
Acorda cedo.
Não chore.
Não se iluda.
Sua dor não vai ser escutada.
Não tome remédios.
Não se deprima.
Você é tudo
em sua vida.
Já é hora de ser alguém.
Já é hora de ser alguém.
Já é hora de ser alguém.
Já é tarde nesse céu,
nessa noite.
Já é noite nesse céu,
nessa dor.
Suavemente,
em equilíbrio divino
nasce um novo anjo,
em berço excêntrico
com suas asas a florir
uma nova manhã.
Aqui é a terra de ninguém,
de todos e mais alguém.
Já temos o oceano,
a vida, a agonia,
o infinito espaço...
e assim nasce um novo dia.
Fecha os olhos com a imensidão
para nunca mais os abrir.
sexta-feira, 26 de junho de 2009
domingo, 21 de junho de 2009
Novos ares
Meus olhos ardem e a espera é longa. O lençol fede a cigarro, deve ser esse meu corpo podre. Eu espero deitado, mas estou acordado. Quando chegará? Eu espero deitado, mas estou acordado. Você não virá. Minh'alma é uma arma e ela está pronta a disparar. De flashes em flashes, a disparar. De vida à alma, se separar. Minh'alma está desligada, sem foco e mais nada, e o cigarro queima em minha testa e perfura meu crânio e esvai... não fumo, meu bem. Leva-me, não me deixa aqui em meio a essas grades. Leva-me em seu voo, estou aqui à espera para flutuar. Mas se os ares mudarem e te guiarem para outro caminho, nada posso fazer, o que eu apenas posso dizer é: adeus e siga os ventos que te conduzam ao sul.
segunda-feira, 15 de junho de 2009
no one likes the lonely one
A noite me traz a sua escura solidão, desgastada em céu profundo, sem nuvens. E quando dorme depois da tortura alucinante, vem um novo calmo dia e a sua rotina. E nada impede de fazer tudo, pois o sol, dizem, é grande e te acompanha pelo dia. Mas logo chega a noite e a solidão, a falta de um amor intenso. Então, desgastado é o meu ser em pensamentos, em sonhos e imaginações, criações de futuros submersos em felicidade, mas logo vem um novo dia e o sol acompanha o céu e ilumina, e segue-se a rotina. A lua chega antes, antes de ficar escuro e ela está lá prenunciando o desalento fim. E surge em minha mente pensamentos, tristes pensamentos e me deito mais cedo. E no novo dia acordo antes do sol e me abstenho a esperá-lo pela janela. E é nessa hora que a vejo pela primeira vez, antes do pôr-do-sol, ela anda com as mãos no bolso nessa manhã fria, seu rosto corado, seu cabelo curto, seu jeito de andar... tudo isso me deixa sem ar. Mas ela passa, não me acompanha durante o dia como o sol me acompanha, ela some por entre caminho verde e de mistério. Assim surge o sol, em manhã sóbria e silenciosa, calma e duradoura.
sábado, 23 de maio de 2009
Vida:
nada, inexistente; um amontoado de circunstâncias que nunca acontecem, que se repelem do ponto referencial.
Em resumo: vida: inalcançável.
Em resumo: vida: inalcançável.
domingo, 10 de maio de 2009
plank-tos
Eu amo, Pavel, eu amo imensamente; eu não sei se posso ser amado como gostaria de sê-lo, mas não desespero; eu sei pelo menos que se tem muita simpatia por mim; eu devo e quero merecer o amor daquela que amo, amando-a religiosamente, quer dizer, ativamente; - ela está submetida à mais terrível e à mais infame escravidão; - e devo libertá-la combatendo seus opressores e acendendo em seu coração o sentimento de sua própria dignidade, suscitando nela o amor e a necessidade da liberdade, os instintos da revolta e da independência, lembrando a ela o sentimento de sua força e de seus direitos. Amar é querer a liberdade, a completa independência do outro, o primeiro ato do verdadeiro amor, é a emancipação completa do objeto que se ama; não se pode verdadeiramente amar senão a um ser perfeitamente livre, independente não somente de todos os outros, mas mesmo e sobretudo daquele pelo qual é amado e que ele próprio ama. Eis minha profissão de fé política, social e religiosa, eis o sentido Intimo, não somente de minhas ações e de minhas tendências políticas, mas também, tanto quanto eu possa, o de minha existência particular e individual, pois o tempo em que estes dois tipos de ação podiam ser separados já está bem longe de nós; agora o homem quer a liberdade em todas as acepções e aplicações desta palavra, ou então ele não a quer absolutamente. Querer, amando, a dependência daquele a quem se ama, é amar uma coisa e não um ser humano, pois este só se distingue da coisa pela liberdade; e também se o amor implicasse a dependência, ele seria a coisa mais perigosa e a mais infame do mundo porque criaria uma fonte inesgotável de escravidão e de degradação para a humanidade. Tudo que emancipa os homens, tudo que, fazendo-os entrar neles mesmos, suscita o princípio de suas próprias vidas, de uma atividade original e realmente independente, tudo que lhes dá a força de serem eles próprios, - é verdadeiro; todo o resto é falso, liberticida, absurdo. Emancipar o homem, eis a única influência legítima e benfeitora. Abaixo todos os dogmas religiosos e filosóficos, eles nada mais são do que mentiras; a verdade não é uma teoria, mas um fato; a vida é a comunidade de homens livres e independentes - é a santa unidade do amor brotando das profundezas misteriosas e infinitas da liberdade individual.
(BAKUNIN, Mikhail. Bakunin por Bakunin)
Parece-me tudo tão vazio, em meio ao fundo branco, acontece de novo. Ao longe me vejo, não estou em meu corpo. Eu voo, eu voo, além do que posso entender em turbilhão de dissonâncias, em amor profundo e drone. Alto vou, quase insone. E ultrapasso o branco-ego. Livre vejo e falo, ouço e sinto. Sou eu, volto a mim, verdade e libre.
sábado, 9 de maio de 2009
Quando Te Opus
Indiferentes são
as idéias previstas,
as ideologias, que
vivem em épocas não-atuais
da minha, vestidas
de sangue e batalha,
fervor que não ampara.
Não me atrai
os falsos revolucionários.
De braços dados
amputados em dores,
que vão e voltam
falsos clamores
em vão a simulacra
revolta.
as idéias previstas,
as ideologias, que
vivem em épocas não-atuais
da minha, vestidas
de sangue e batalha,
fervor que não ampara.
Não me atrai
os falsos revolucionários.
De braços dados
amputados em dores,
que vão e voltam
falsos clamores
em vão a simulacra
revolta.
Aqu[i]ém mim
Sinto a falta.
Sinto o nada.
Sinto o enxame.
A falta, a vergonha,
o vexame.
O nada por parte,
existe em tempo-distância,
espaço-circunstância.
Esquecido no hemisfério cerebral,
região memorial.
Traz saudade
do que nunca tive
e imagino aonde você esteve,
meu coração drenou
o sangue e palpitou.
Mas invisível é aquele
que nada adianta
ser algo.
E a memória falha
e só desatina a tristeza,
ó tristeza, por que não
se torna nada?
Sinto o nada.
Sinto o enxame.
A falta, a vergonha,
o vexame.
O nada por parte,
existe em tempo-distância,
espaço-circunstância.
Esquecido no hemisfério cerebral,
região memorial.
Traz saudade
do que nunca tive
e imagino aonde você esteve,
meu coração drenou
o sangue e palpitou.
Mas invisível é aquele
que nada adianta
ser algo.
E a memória falha
e só desatina a tristeza,
ó tristeza, por que não
se torna nada?
sábado, 2 de maio de 2009
Porém
Da misantropia exacerbada
inicio minha vida.
E termino em pequeno
caminho desprovido
de luz e sigo.
Não faço parte disso
e desisto de encontrar
a semi-parte concêntrica
do escuro céu celeste
que permeia os olhos, todos teus,
invisíveis, nunca existentes.
inicio minha vida.
E termino em pequeno
caminho desprovido
de luz e sigo.
Não faço parte disso
e desisto de encontrar
a semi-parte concêntrica
do escuro céu celeste
que permeia os olhos, todos teus,
invisíveis, nunca existentes.
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Do isolamento
Da distância vejo o início, irrealizável início. Será se me tranco ou me elevo? Em total desarmonia com meu eu, vejo o início, inalcançável início. Pago o preço de um isolamento prévio? Quero buscar, ir atrás, me envolver nos braços do começo. Do verme que fui ao esconder na terra, agora posso comer o alface que saíste desta e respirar o ar, mesmo que impuro, da resolução.
Na terra me escondi por ter medo da seqüência de fatos que poderiam se suceder. Da terra me alimentei e me prejudiquei, me intoxiquei e eliminei uma parte de mim. Da mudança quero tomar, na discórdia que enaltece todos os caminhos possíveis de acontecer, tomo uma direção e escolho um caminho e tento seguir.
Agora tenho o ar e não a compressão fóbica da terra. Agora que me sobram escolhas, sem angústias, com precedência vejo ao longe através do invisível e da fácil compreensão do ar, que antes a liberdade terrena me soterrava com seus grãos, onde me esmagavam e não me deixavam enxergar, o caminho. Existo e me direciono para agora o compreensível.
Tão leve fica através da existência agora vivida, mudar sua essência e encontrar algo para qual se direcionar e não se calar.
Na terra me escondi por ter medo da seqüência de fatos que poderiam se suceder. Da terra me alimentei e me prejudiquei, me intoxiquei e eliminei uma parte de mim. Da mudança quero tomar, na discórdia que enaltece todos os caminhos possíveis de acontecer, tomo uma direção e escolho um caminho e tento seguir.
Agora tenho o ar e não a compressão fóbica da terra. Agora que me sobram escolhas, sem angústias, com precedência vejo ao longe através do invisível e da fácil compreensão do ar, que antes a liberdade terrena me soterrava com seus grãos, onde me esmagavam e não me deixavam enxergar, o caminho. Existo e me direciono para agora o compreensível.
Tão leve fica através da existência agora vivida, mudar sua essência e encontrar algo para qual se direcionar e não se calar.
domingo, 19 de abril de 2009
Plágio da pura incapacidade
E naquele dia imaginei minha face esfolar na parede descontrolada por onde o trem passava e pelo qual estava protegido pelo vidro e alguns centímetros de distância. A velocidade e o som me impeliam a aproximar e sentir a face desgrudar, a pele se desfazer, o sangue espirrar e a dor sumir. A falsa proteção dos trilhos e toda bobagem da não-aproximação até chegar ao fim do concreto erguido e um túnel gigantesco com trilho por todos lados me trazer o vazio.
Estou de pé e o som assustador se aproxima, abafa tudo ao redor. Enquanto o som aumenta denunciando sua aproximação me vejo pisando na faixa amarela, olho para frente. E quando o som desaparece, percebo o ataque sorrateiro. De repente, uma sucessão de metais e vidros passam pela minha visão. Abrem-se as portas, eu entro.
Olho pela janela o reflexo de todos a minha esquerda. Se olho para fora, vejo dentro. Se fecho os olhos o que está fora insiste em aparecer. Abrem-se as portas, eu saio.
Pego os trens na mão. Se eu descarrilho, o sangue espatifa. Se desmaterializo na outra estação, teletransporte. Tudo tende à destruição, se caracterizando pelo uso com objetivo para um fim ou para um meio.
E por fim, questiono assim, um clichê esperado: o objetivo que eu procuro justifica as dores que sinto e faço sentirem os outros no intermeio de toda essa ação? Eu mesmo responderei não, e digo mais, o meu sangue se misturaria com o dos outros e essa mancha seria permanente.
Estou de pé e o som assustador se aproxima, abafa tudo ao redor. Enquanto o som aumenta denunciando sua aproximação me vejo pisando na faixa amarela, olho para frente. E quando o som desaparece, percebo o ataque sorrateiro. De repente, uma sucessão de metais e vidros passam pela minha visão. Abrem-se as portas, eu entro.
Olho pela janela o reflexo de todos a minha esquerda. Se olho para fora, vejo dentro. Se fecho os olhos o que está fora insiste em aparecer. Abrem-se as portas, eu saio.
Pego os trens na mão. Se eu descarrilho, o sangue espatifa. Se desmaterializo na outra estação, teletransporte. Tudo tende à destruição, se caracterizando pelo uso com objetivo para um fim ou para um meio.
E por fim, questiono assim, um clichê esperado: o objetivo que eu procuro justifica as dores que sinto e faço sentirem os outros no intermeio de toda essa ação? Eu mesmo responderei não, e digo mais, o meu sangue se misturaria com o dos outros e essa mancha seria permanente.
sexta-feira, 10 de abril de 2009
sábado, 7 de março de 2009
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
Algum começo que se encontra no desenvolvimento reminiscente do fim
De alguma forma parece que tudo se ordena depois do caos. E estabiliza e não sei. Mas faz bem, quando explode a bomba e queima tudo, arde todo o corpo e as costelas. E depois continua queimando até se acalmar e sumir toda dor. E toda aquela leveza e ausência de massa, de matéria, de corpo vem e fica.
Nada mais asfixia, é uma beleza como se sente depois do caos. A tristeza é normal, mas é tão leve, ínfima, quase-inexistente, microscópica, quarkiniana e a vida passa, tudo se vai, e esvai e some. Então os olhos fecham e formam dois arcos e um sorriso na boca outro arco, os dentes pouco aparecem, mas essa sensação é tão boa. Uma emoção única de que tudo ficou e se queimou, se foi e esterilizou em chamas.
Então bebe a água fervendo que desce e queima tudo dentro.
Eu sonho muito e vejo tudo escrito a tinta no papel amontoado em uma sala e cuspo o fogo. Chamusca os papéis e queima, sobra cinzas e pequenas partes irreconhecíveis. Sobra a leveza, uma vida existência reconhecidamente leve. Como é bom, tudo isso, a falta de tudo.
Nada mais asfixia, é uma beleza como se sente depois do caos. A tristeza é normal, mas é tão leve, ínfima, quase-inexistente, microscópica, quarkiniana e a vida passa, tudo se vai, e esvai e some. Então os olhos fecham e formam dois arcos e um sorriso na boca outro arco, os dentes pouco aparecem, mas essa sensação é tão boa. Uma emoção única de que tudo ficou e se queimou, se foi e esterilizou em chamas.
Então bebe a água fervendo que desce e queima tudo dentro.
Eu sonho muito e vejo tudo escrito a tinta no papel amontoado em uma sala e cuspo o fogo. Chamusca os papéis e queima, sobra cinzas e pequenas partes irreconhecíveis. Sobra a leveza, uma vida existência reconhecidamente leve. Como é bom, tudo isso, a falta de tudo.
2:03
De repente uma sensação de fraqueza. Tudo estala nos olhos e insistem em abrir e fechar. Como se segurassem uma dor, ou talvez um líquido que cai e se espalha e tem que sair e pisca-pisca, os olhos ficam vermelhos. Então a visão não é a mesma e tudo fica opaco ou desce uma neblina que insiste em aumentar e tudo fica claro, muito ruim, que faz quase não poder enxergar. No corpo a sensação é arrepiar e aquela grande tristeza faz tremer um pouco. Vê as horas: 2 horas e 3 minutos. E pensa o que eu to fazendo nesse quarto escuro, por que não vou pro mato naquele verde ou no céu azul? Seria bom tudo a sensação, seria um prazer e tanto deitar na grama e olhar o azul com nuvens, não muito sol, tem que ser um tempo agradável. E alguma garota, aquela com sorriso bonito e olhos que cintilam como estrelas bem acesas e ainda muito vivas que vão só morrer daqui há milhões de anos e piscam-piscam e sorri, acha graça do que acontece: re re re re. E o movimento dela é bonito, o jeito dos braços e o de me mostrar as coisas, a flor bonita, aqui você tem todas flores que quiser: vamos andar. E o jeito dela andar e me olhar enquanto falo algo e depois ela fala e a voz entra nos meus ouvidos, uma sensação muito boa perpassa por todo eu e tremo. Olho os pássaros que voam e tremo. Vejo as flores nas árvores e tremo. Vejo a imensidão de tudo e tremo. Ela se afasta de mim e vai andando e entra no meio da imensidão, das árvores e se vai com os passarinhos, então vejo os olhos brilhando e ouço o sorriso e tudo mais fica longe ou tão escuro que me perco. Ando na escuridão e vejo nada, tô perdido, tô perdido. Tateio a minha frente e caminho, que desespero. Do escuro vai ficando claro, a neblina vai aparecendo e os meus olhos se contraem vermelhos e seguro todo aquele chororô e a água que sai e desce pela face não acontece. Volto ao escuro e tudo passa, sorrio não sei porquê. Toda sensação foi tão boa, pode ser triste por não ser real, mas pareceu tudo real e feliz e tão bom e me faz sorrir agora. Depois isso tudo me inspira e faz de um jeito bem e me faz arrepiar os pelos.
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
domingo, 8 de fevereiro de 2009
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
sábado, 3 de janeiro de 2009
dois planetas se chocam e em um só se tornam, a água se espalha e se funde. e se torna em um turbilhão dentro. são dois olhos que se tornam e entornam. e como se esquecem das cores, se desfazem em preto e branco. e gotas d'água caem, pingos no chão se espalham. no rosto - nos olhos - vão na escuridão. olhar fixo no fim e encerra.
Assinar:
Postagens (Atom)